Arquivo mensais:março 2020

Coronavírus: os impactos psicológicos da quarentena

A temida quarentena. Anteriormente aplicado às doenças epidêmicas quarentenárias, como cólera, ebola, febre amarela e o tifo exantemático, o termo “quarentena” tem como definição clássica a imposição de reclusão aos indivíduos suscetíveis (ou de animais hígidos) pelo período máximo de incubação de uma doença contagiosa, considerando a data do último contato com um caso clínico, portador ou fonte ambiental da infecção. E indica que determinado indivíduo ou animal deve permanecer isolado de outros de igual natureza durante determinado período pelo risco de transmissão de doenças contagiosas, com restrição à circulação.

Tais medidas foram historicamente aplicadas em populações para controle de doenças como hanseníase e peste negra, e mais recentemente, síndrome respiratória aguda (SARS), ebola e as pandemia de influenza H1N1 (2009-2010).

Coronavírus

Mediante a emergência da atual pandemia associada ao coronavírus SARS-CoV-2, causador da síndrome Covid-19, diversas medidas governamentais tem sido implementadas (em muitos países impostas rigorosamente em massa) na tentativa de controle da disseminação do vírus, dentre as quais inclui a quarentena de 14 dias para os contactantes assintomáticos de casos suspeitos ou confirmados com coronavirose, e também para pacientes com casos leves sem sinais de gravidade, devido ao alto risco de transmissão por vias aéreas. Porém, com a explosão de casos em diferentes localidades, atualmente a quarentena está também sendo recomendada ou imposta como forma de proteção aos suscetíveis sem histórico de contato, por período indeterminado, o isolamento profilático.

E como os indivíduos respondem a essas restrições? Quais os efeitos psicológicos à mudança da rotina e restrição da mobilidade frente a quarentena?

De forma a compreender melhor o impacto psicológico da quarentena, Brooks e cols (2020) realizaram uma revisão sistemática sobre o assunto incluindo estudos relacionados a surtos ou epidemias entre 2004 e 2019. Dos 3166 artigos publicados selecionados, 24 foram incluídos na revisão.

Resultados

A maioria dos estudos indica efeitos psicológicos negativos como sintomas de estresse pós-traumático, sintomas depressivos, tristeza, abuso de substância, estado confusional e irritabilidade.

Especialmente entre profissionais de saúde, observou-se maior probabilidade de ocorrência de exaustão, distanciamento social, ansiedade frente a pacientes febris, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, indecisão, prejuízo na performance laboral, relutância ao trabalho ou resignação. Poucos estudos relataram pacientes em quarentena com sentimentos positivos como felicidade, alívio e proteção.

Os fatores estressores observados incluem: o próprio estado de quarentena, o qual implica em modificação da rotina e limitação da mobilidade, duração prolongada da quarentena, medo de infecções, frustração, tédio, suprimentos inadequados, informação limitada, perdas financeiras e estigma. Alguns autores sugerem que os impactos psicológicos prolongados gerados pela quarentena podem durar até três anos após, e que o histórico de transtorno mental consiste em fator de risco para a maior durabilidade dos impactos psicológicos negativos.

Os dados também sugerem que as determinações oficiais de quarentena devem ter o suporte de informação clara e racional com garantia de suprimentos suficiente, e que o altruísmo pode ser favorável na compreensão do bem coletivo. Algumas das medidas eficazes para reduzir as consequências negativas da quarentena incluem:

  • Redução do tempo de quarentena ao mínimo possível permitido – O período prolongado está relacionado ao pior prognóstico psicológico. A extensão do tempo leva à exacerbação dos sentimentos de frustração ou desmoralização. Adicionalmente, a não previsibilidade do tempo de quarentena em medidas de massa, como em cidades, exemplo em Wuhan na China, pode ter maiores efeitos deletérios do que aqueles pré-estabelecidos.
  • Fornecimento de informação adequada à população – O devido esclarecimento leva à redução do medo, incerteza, e da desconfiança aos cuidados prestados pela equipe de saúde.
  • Fornecimento de suprimentos adequados – Providenciar os itens básicos de suprimentos reduz a repulsão e os efeitos negativos à quarentena;
  • Redução do entendiamento e melhora da comunicação – A oferta ou sugestão de atividades de entretenimento permitem o melhor manejo do estresse do confinamento. Como exemplo, a permissão do uso de telefone celular, ou outro meio eletrônico, deve ser considerada como necessidade básica e não artigo de luxo, assim como o contato por meios de comunicação com familiares e/ou afetos;
  • Altruísmo – O reforço sobre a percepção dos efeitos benéficos da quarentena sobre o próximo vulnerável leva à maior tolerabilidade aos estressores relacionados às restrições, reduz os efeitos negativos psicológicos e aumenta a adesão às medidas recomendadas.

Adicionalmente, Rubins & Wessely (2020) descreveram os efeitos psicológicos da moderna quarentena quando imposta a uma cidade inteira, tomando como modelo a cidade de Wuhan, China em 2019-2020. Os autores citam ansiedade, pânico, preocupação com a falta de suprimentos alimentares, percepções apocalípticas e outros, mas reforçam que a base de toda a tensão e sentimentos negativos consiste no medo da incerteza, do desconhecido, do descontrole, e especialmente da morte.

Muitos aspectos psicológicos resultantes da pandemia da Covid-19, baseados em evidências, ainda estão em andamento devido a contemporaneidade do fenômeno, ainda sem previsão de término.

Fonte: PebMed – Rafael Duarte

Coronavírus: governo não descarta reduzir salário de servidor

A área econômica vai propor a redução salarial e de jornada a empregados do setor privado para evitar que sejam demitidos durante a crise

O Ministério da Economia informou, nesta quinta-feira (19/03), que não descarta reduzir o salário e a jornada de trabalho a servidores públicos durante o período de crise da pandemia do coronavírus.

Em coletiva de imprensa realizada nesta tarde, o secretário-executivo da pasta, Marcelo Pacheco dos Guaranys, disse que o governo federal “estuda todas as possibilidades” para racionalizar recursos da União.

“A gente tem tentado estudar diversas medidas, tentando atacar as coisas mais prioritárias e, para isso, alguns gastos de fato estão sendo feitos. Todas as medidas fiscais vão ser pensadas para racionalizar recursos vão ser pensadas durante esse processo. Estamos estudando todas as possibilidades”, justificou.

Na quarta (18/03), o ministério anunciou que irá sugerir uma proposta que possibilita a redução proporcional de salários e jornada de trabalho. A medida faz parte do pacote “antidesemprego”, que contemplará projetos que serão analisados pelo Congresso Nacional.

Já na quinta, ao detalhar o pacote, o ministério destacou que pretende pagar uma parcela do seguro-desemprego a quem tiver os rendimentos reduzidos por essa proposta.

A validade das mudanças segue o período do estado de calamidade pública, ou seja, até 31 de dezembro. O objetivo é reduzir os custos de empresários com a folha de pagamento durante a pandemia do novo coronavírus e evitar que pessoas sejam demitidas.

Segundo o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo, a jornada de trabalho e o salário poderão ser reduzidos em até 50% no setor privado – a medida não vale para a redução do salário-hora do funcionário.

Fonte: Metrópoles

Últimos lotes de PIS e Pasep serão liberados nesta semana

A Caixa Econômica Federal é a instituição responsável pelo pagamento do abono salarial do PIS. Já o Banco do Brasil é quem organiza a liberação do Pasep

Na quinta-feira (19) os nascidos nos meses de maio e junho, além de servidores públicos com inscrições finais de 8 e 9, poderão sacar os benefícios do abono salarial dos programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) do calendário 2019/2020.

A Caixa Econômica Federal é a instituição responsável pelo pagamento do abono salarial do PIS. Já o Banco do Brasil é quem organiza a liberação do Pasep.

O benefício é destinado aos trabalhadores inscritos no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos, que tenha trabalhado formalmente por pelo menos um mês ao longo de 2018 e com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. O teto pago é de até um salário mínimo. O valor é calculado de acordo com o número de meses trabalhados formalmente em 2018, na proporção de 1/12 do salário.

Liberação do último lote

Após a liberação de todos os lotes, os trabalhadores beneficiados e que ainda não resgataram o saldo têm até dia 30 de junho para efetivar o recebimento. Quem não fizer até este prazo perderá o dinheiro, que retornará ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Quais são as regras para o saque?

Para ter direito ao saque do PIS ou Pasep o trabalhador precisa atender alguns critérios, que são:

Está inscrito no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos;

Ter trabalhado formalmente pelo menos 30 dias em 2018;

Rendimento salarial em 2018 de até dois salários mínimos por mês;

Ter os dados corretamente informados e atualizados na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) – responsabilidade do empregador.

No caso de falecimento do participante, os herdeiros também têm o direito ao saque do abono, desde que apresente os documentos que comprovem a morte e a condição de beneficiário legal, documento expedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Como sacar PIS ou Pasep?

O pagamento do PIS é feito pela Caixa e o Pasep pelo Banco do Brasil. Os clientes de cada banco recebem o dinheiro diretamente na conta. Mas caso esse não seja o seu caso, existem outras formas para o recebimento.

Para os trabalhadores que irão receber o PIS e não possuem conta corrente na Caixa, o saque pode ser realizado nas casas lotéricas ou terminais de autoatendimento do banco, por meio do Cartão Cidadão.

Caso não tenha o Cartão do Cidadão, o valor pode ser retirado em qualquer agência do banco. Nesse caso, é preciso apresentar um documento de identificação oficial.

No caso do Pasep, para os funcionários que não são correntista do Banco do Brasil, mas possuem contas em outros bancos, podem solicitar transferência bancária do valor do seu abono, de acordo com o calendário de pagamento.

A transferência também pode ser realizada em qualquer terminal de autoatendimento do Banco do Brasil.

Fonte: Folha Vitória