Arquivo diários:05/07/2018

Laboratório da Escola de Engenharia traça rota do ‘plástico verde’

Exemplares de polietileno com alta concentração de polímeros naturais como quitosana, pectina e colágeno
Exemplares de polietileno
Júlia Duarte / UFMG

 

Macromoléculas formadas de unidades estruturais menores (os meros), os polímeros têm no plástico a sua face mais conhecida, pois está presente, há mais de um século, nas embalagens de alimentos, produtos automotivos, eletroeletrônicos, vestuário, utensílios domésticos, brinquedos e tantos outros. Apesar de suas mil e uma utilidades, o plástico é um dos mais temíveis vilões ambientais por causa de alguns fatores, como a energia gasta em seu processo de produção e o longo período de degradação na natureza. 

Para conciliar sustentabilidade ambiental e os benefícios práticos dos polímeros, o Laboratório de Engenharia de Polímeros e Compósitos da Escola de Engenharia da UFMG (LEPCom) vem desenvolvendo pesquisas e artigos sobre seu processo produtivo, resultando, inclusive, em depósitos de patentes. Um panorama dessa produção é abordado na reportagem de capa da edição 2.022 do Boletim UFMG.

“Os polímeros têm suas vantagens, mas precisam de todo controle e bom senso na sua produção e utilização”, observa o professor e chefe do LEPCom, Rodrigo Oréfice. Ele conta que, até o século passado, os polímeros eram retirados da natureza, como borracha, celulose e marfim, até se tornarem raros e caros, por causa do extrativismo descontrolado. Na tentativa de baratear os custos de produção, as indústrias passaram a sintetizar polímeros, hoje presentes em inúmeros produtos, como o náilon, polietileno, borracha sintética, teflon, PVC (policloreto de vinila) e PET (polietileno tereftalato). 

“Boa parte dos polímeros sintéticos, originários dos processos químicos de polimerização, são mais estáveis em sua constituição e produzidos com o objetivo de garantir estabilidade mecânica e química, o que acaba dificultando sua degradação natural, permanecendo por mais tempo no meio ambiente. Essa característica exige produção e uso conscientes”, analisa Oréfice.

Com aditivos
Em uma de suas frentes de pesquisa, sustentada na reciclagem, o laboratório propõe a geração de produtos que consomem menos energia e fazem uso de aditivos baseados em matéria-prima ­extraída da natureza. Apesar dos processos já consolidados na área de polímeros, ainda há espaço para avanços tecnológicos, na avaliação do pesquisador. “Os processos de reciclagem esbarram na perda de qualidade contínua dos produtos a cada ciclo. Cada vez que é reciclado, o material tende a perder propriedades originais, ficando mais quebradiço, opaco, com qualidade inferior à inicial, o que dificulta sua reciclagem por várias vezes”, informa o professor.

Rodrigo Oréfice:
Rodrigo Oréfice: polímeros que consomem menos energia acrescidos de matérias-primas da natureza
Arquivo pessoal

Tese de doutorado, defendida no Programa de Pós-graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas, propôs uso de nanotecnologia em polímeros reciclados, a fim de recuperar suas propriedades iniciais. “Utilizamos nanocristais de quitina, uma pequena partícula natural, extraída de carapaças de insetos e crustáceos. Esse nanocomponente foi acrescentado aos polímeros reciclados e conseguiu recuperar suas propriedades”, conta Rodrigo Oréfice. A pesquisa gerou dois artigos publicados em periódicos internacionais. 

As garrafas PET e as sacolas plásticas já apresentam alguma mistura de polímeros sintéticos e naturais. No LEPCom foi desenvolvida uma sacola plástica utilizando polímeros originários da quitosana (derivada da quitina), pectina e amido. A expectativa é de que o pedido de patente, depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2014, seja aprovado. “É uma sacola de polietileno, incorporada com esses polímeros naturais, que serve como estímulo para a indústria, tendo em vista a comprovada elevada processabilidade desses polímeros”, comenta.  A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio da Petrobras.

Outro benefício da reciclagem de polímeros é corroborado por dissertação de mestrado que propõe a transformação das garrafas PET em um particulado muito fino – o pó de PET. Esse composto foi utilizado na produção de borracha sintética, substituindo em 50% os componentes químicos, como partículas de carbono (negro-de-fumo), utilizados nesse processo. Misturadas e aquecidas, as pequenas partículas de PET sofreram alteração em sua estrutura, tornando a borracha mais resistente. O processo desenvolvido deu origem a um pedido de patente.

A saúde humana pode ser beneficiada pelo uso inteligente dos polímeros. O LEPCom desenvolveu uma espuma polimérica – usando como matéria-prima o resíduo da indústria de refino de petróleo – que gera embalagem capaz de absorver herbicidas dos alimentos, sem comprometer suas propriedades nutricionais. O trabalho foi publicado no Journal of Hazardous Materials, em março deste ano.

Artigos
Uso da nanotecnologia para recuperação de propriedades originais de polímeros
Espuma polimérica para produção de embalagem

Patente
Processo para produção de borracha utilizando PET e produto
Autores: Édson Almeida Júnior e Rodrigo Lambert Oréfice

Privilégio de Inovação

Número do registro no INPI: PI014120002018 

Teresa Sanches / Boletim 2022

[Notícia extraída do seguinte endereço: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/laboratorio-da-escola-de-engenharia-traca-rota-do-plastico-verde]

Cícero Starling e Luiz Machado assumem direção da Escola de Engenharia

Novo diretor assina termo de posse, com a reitora Sandra Goulart Almeida, observados pelo vice-reitor Alessandro Moreira e o vice-diretor Luiz Machado
Novo diretor assina termo de posse observado pela reitora Sandra Goulart Almeida, pelo vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira e pelo vice-diretor Luiz Machado
Foca Lisboa / UFMG

 

Os desafios de dirigir uma unidade acadêmica centenária com 11 cursos de graduação e a mesma quantidade de programas de pós-graduação já são conhecidos do professor Cícero Murta Diniz Starling, empossado, na noite desta sexta-feira, 29, como diretor da Escola de Engenharia, tendo como vice o professor Luiz Machado. No cargo interinamente desde março, Starling fez, na solenidade, um balanço dos quatro anos de trabalho do mandato em que atuou como vice-diretor (2014-2018) e externou o compromisso de defesa incondicional do ensino gratuito e de qualidade.

O professor Alessandro Fernandes Moreira, que deixou a direção da Escola de Engenharia para assumir o cargo de vice-reitor, destacou a competência e a dedicação de Cícero Starling às causas da Universidade. “Estou convicto de que temos na direção da nossa Escola uma dupla que não medirá esforços para manter a referência, a qualidade, a relevância e a excelência desta instituição”, disse.

Reitora agradeceu a Cícero Starling pelo espírito institucional
Reitora destacou o espírito institucional do professor Starling
Foca Lisboa / UFMG

A reitora Sandra Goulart Almeida externou um agradecimento especial ao novo diretor por sua lealdade, generosidade e espírito institucional, ao ceder à Reitoria o professor Alessandro Moreira antes mesmo do término do seu mandato, “mesmo que isso significasse um acúmulo de tarefas e uma responsabilidade adicional ao seu trabalho de vice-diretor”.

E acrescentou: “Tenho certeza de que o compromisso institucional e a justeza nas ações que modularam sua trajetória na UFMG marcarão de igual medida seu percurso institucional como diretor desta Escola, ao lado do professor Luiz Machado, a quem dou boas-vindas e cuja serenidade, capacidade de escuta e comprometimento institucional serão igualmente fundamentais para o sucesso da gestão que ora se inicia”.

A nova gestão, com mandato no período 2018-2022, foi saudada pela professora Maria Teresa Paulino Aguilar, que falou da trajetória pessoal e profissional dos dois professores. O coral da Escola de Engenharia se apresentou, sob a regência de Gabriel Gama, estudante da Escola de Música.

Cícero Starling enumerou as ações realizadas ao lado de Alessandro Moreira em 45 meses à frente da diretoria, “nas áreas de gestão administrativa, de recursos humanos, financeira e acadêmica e de inovação”. Citou o fortalecimento de projetos pedagógicos e de extensão social, as altas notas alcançadas pelos cursos de graduação no Índice Geral de Cursos, do Ministério da Educação, e destacou que, na última chamada de propostas para Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), em maio de 2016, a UFMG obteve 15 propostas recomendadas, sendo três delas coordenadas por docentes da Escola de Engenharia. 

Metas
“Ao longo de mais de duas décadas de nossas vidas na Escola de Engenharia como docentes, Luiz e eu aprendemos, dialogamos, convergimos e participamos da história desta Escola centenária, que também nos formou como engenheiros”, disse Starling, ao falar da nova gestão. 

Para o professor, os próximos anos serão desafiadores, tendo em vista a redução do orçamento da educação e da ciência e tecnologia. “Desejosos de contribuir para reverter esta situação, também assumimos o nosso compromisso de defesa incondicional do ensino gratuito e de qualidade nas universidades públicas”, observou. 

Em seguida, Starling indicou as principais metas de trabalho do novo mandato em uma unidade acadêmica que, em sua opinião, “representa a essência da pluralidade, pelos seus cursos de graduação e programas de pós-graduação, diferentes departamentos e setores administrativos, além dos seus docentes e servidores técnico-administrativos e discentes com as mais diversas histórias de vida, expectativas, crenças e valores”.

Cícero Starling
Cícero Starling: atualizações curriculares
Foca Lisboa / UFMG

Ao lembrar que “não existe pós-graduação de ponta sem uma graduação igualmente forte, devendo haver uma contínua integração entre ambas”, Cícero Starling anunciou que serão criados mecanismos de apoio para atualizações curriculares dos cursos de graduação, visando inovações pedagógicas que possam garantir uma formação em sintonia com as necessidades da sociedade. “Incentivaremos o protagonismo estudantil, buscando agregar continuamente aos cursos de graduação atividades acadêmicas que potencializem competências, tais como interdisciplinaridade, inovação tecnológica, empreendedorismo e responsabilidade social e ambiental”, acrescentou.

Também reafirmou a convicção de que a pós-graduação é um dos principais pilares para tornar a Escola de Engenharia um centro de excelência, em nível internacional. “Uma pós-graduação forte tem reflexos diretos na qualidade das nossas aulas de graduação e no impacto das atividades de pesquisa e desenvolvimento voltadas à inovação tecnológica, além da consequente formação de recursos humanos diferenciados”, enfatizou.

Ele também disse que a nova gestão pretende reforçar a interação da Escola com o mercado, ampliando a captação de projetos de pesquisa e extensão no cenário do novo marco regulatório em ciência, tecnologia e inovação, com os imprescindíveis suportes das fundações de apoio. “Também entendemos que as atividades de extensão devem ocorrer na forma de uma interação transformadora, em via de mão dupla, entre a Escola de Engenharia e a sociedade”, destacou o diretor.

Trajetórias

Cícero Murta Diniz Starling é graduado em Engenharia Mecânica pela UFMG, onde também fez mestrado e doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas. Professor efetivo em dedicação exclusiva do Departamento de Engenharia de Materiais e Construção (Demc) desde 1996, foi vice-diretor da Escola de Engenharia de 2014 a 2018. Chefiou o Demc por duas gestões. Foi vice-presidente da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD). Autor de mais de 120 produções técnico-científicas, tem 155 orientações concluídas. 

Luiz Machado
Luiz Machado é professor do Departamento de Engenharia Mecânica
Foca Lisboa / UFMG

Luiz Machado é graduado em Engenharia mecânica e em Física pela UFMG, mestre em Engenharia Térmica pela UFMG e doutor em Engenharia Mecânica pelo Institut National de Sciences Appliquées de Lyon (França). É professor do Departamento em Engenharia Mecânica (Demec) desde 1990. Coordenou o curso de graduação em Engenharia Mecânica por dois mandatos e integrou a Comissão Permanente de Autoavaliação da UFMG. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq – Nível 2, pelo Comitê de Engenharia Mecânica, Naval e Oceânica e Aeroespacial. Autor de 35 artigos publicados em periódicos, em sua grande maioria com Qualis A1 – Capes, e de mais de 70 artigos publicados em anais de congressos nacionais ou internacionais. Tradutor, em parceria com outros professores do Demec, de cinco obras destinadas ao ensino de engenharia, sendo três delas adotadas como livros-texto em disciplinas de graduação e pós-graduação. 

[Notícia extraída do seguinte endereço: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/cicero-starling-e-luiz-machado-assumem-direcao-da-escola-de-engenharia]

Planejamento lança Banco de Talentos

O Sigepe Banco de Talentos é uma solução tecnológica para a divulgação de conhecimentos, habilidades e experiências dos servidores. O principal objetivo do aplicativo, uma parceria do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP) com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é identificar e avaliar o potencial dos servidores federais, assim como tornar mais transparente os processos internos de seleção de servidores. 

Além disso, os órgãos e entidades poderão utilizar as informações divulgadas no Banco de Talentos para identificar e promover ações de desenvolvimento. Com isso, a ferramenta digital vai colaborar para a gestão de talentos no âmbito da Administração Pública Federal (APF), qualificando, assim, o serviço público federal. 

Para os gestores públicos, a solução digital permitirá a visualização das competências existentes em sua equipe, permitindo ao governo federal uma visão integrada de sua força de trabalho.

Outros benefícios da solução são:

– alocação adequada de servidores na formação de equipes de trabalho;

– identificação de lacunas de competências como norteador para ações de desenvolvimento;

– identificação de potenciais gestores.

Funcionalidades
Na versão atual, o servidor poderá incluir seus dados pessoais, formação, atuação profissional, talentos e ainda uma carta de apresentação. Uma funcionalidade de pesquisa será incluída na próxima atualização do aplicativo, que está prevista ainda para 2018. Assim, será possível encontrar currículos e selecionar perfis a partir do Sigepe Banco de Talentos.

Resultados esperados
Com a implementação do Sigepe Banco de Talentos, os seguintes resultados são esperados:

– visão integrada da capacidade da força de trabalho da APF;
– disponibilidade de uma ferramenta padronizada para a gestão eficaz de talentos de toda a APF;
– otimização de recursos, considerando a oferta de uma solução unificada de gestão de talentos que possa ser utilizada por todos os órgãos;
– otimização da busca de perfis profissionais;
– otimização dos processos de recrutamento e de seleção de pessoal; 
– motivação dos servidores públicos federais na busca por meios de desenvolvimento de suas competências.

Dúvidas
Em caso de dúvidas sobre a utilização do Sigepe Banco de Talentos, ligue para a Central Sipec (0800-978-9009). Se preferir, você poderá encaminhar sua dúvida por meio do formulário eletrônico de contato disponível na Central Sipec.

[Notícia extraída do seguinte endereço: http://www.planejamento.gov.br/assuntos/servidores/planejamento-lanca-banco-de-talentos-1]

Governo facilita movimentação de servidores entre órgãos federais

O Ministério do Planejamento anunciou, hoje, uma estratégia que o órgão denominou de “um novo e mais flexível mecanismo para a movimentação de servidores públicos entre os diferentes órgãos do Executivo Federal”. Essa metodologia entrou em vigor nesta data. “Com isso, unidades que atualmente enfrentam falta de pessoal terão a possibilidade de reforçar seus quadros. Ao mesmo tempo, os servidores terão a chance de valorizar seus talentos e buscar novas oportunidades de trabalho dentro da rede de todo o Poder Executivo Federal. As novas regras de movimentação de servidores federais estão presentes na portaria nº 193,  publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (4)”, destacou.

“Há órgãos que lidam com certo excedente de pessoal, porque tiveram parte de suas funções suprimidas, e outros órgãos que, ao contrário, absorveram novas funções e têm necessidade de reforço das suas equipes”, explica o ministro do Planejamento substituto, Gleisson Rubin. Ele destaca que a novidade, ao suprir déficits de efetivo com profissionais que já pertencem ao quadro federal, vai reduzir a necessidade de realizar novos concursos públicos, resultando em economia para o governo.

Se a alteração da lotação ou exercício de empregado ou servidor tiver como origem uma empresa pública ou sociedade de economia mista não dependente de recursos do Tesouro Nacional será necessária anuência prévia do órgão de origem. Em todos os demais casos, fica dispensado esse aval prévio e a decisão será considerada irrecusável.

Até agora, as movimentações de servidores seguiam normas bem mais rígidas, que limitavam as mudanças e geravam gastos, com a concessão de cargos comissionados. A partir de agora são ampliadas as possibilidades de migração, sem gerar despesas para o Tesouro Nacional e sem qualquer perda para o funcionário. “O servidor terá todos os seus direitos e vantagens, como se estivesse em efetivo exercício no órgão de origem”, destaca o ministro substituto. Serão preservados direitos como contagem de tempo de serviço e de férias, progressão funcional. “Tudo isso permanece inalterado”, reforça Rubin.

As movimentações de pessoal terão de seguir várias determinações previstas na portaria do MP publicada nesta quarta-feira. Em primeiro lugar, explica Rubin, a regra somente poderá ser aplicada em duas situações específicas: necessidade ou interesse públicos ou por motivos de ordem técnica e operacional. Todas as migrações somente ocorrerão após análise e aprovação do Ministério do Planejamento. As mudanças terão de respeitar as carreiras dos servidores.

O projeto-piloto para esse novo mecanismo já está em execução, envolvendo dois servidores da Imprensa Nacional que serão transferidos para o Ministério do Planejamento. Especializados na administração da folha de pagamento de inativos, eles passarão a integrar a nova central de gestão de aposentadorias e pensões dos órgãos do Sistema de Pessoal Civil (Sipec) do MP.

Continuarão, portanto, aplicando os conhecimentos e capacidade de trabalho acumulados durante os anos de trabalho na Imprensa Nacional, só que em um novo local, mantendo carreira e benefícios do órgão de origem.

[Notícia extraída do seguinte endereço; http://blogs.correiobraziliense.com.br/servidor/governo-facilita-movimentacao-de-servidores-entre-orgaos-federais/]