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Mulheres são maioria na educação profissional e nos cursos de graduação

As mulheres são maioria nos cursos profissionais da Educação Básica. Dados do Censo Escolar 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram a predominância de alunas em todas as faixas etárias, com exceção dos alunos com mais de 60 anos. A maior diferença observada entre os sexos está na faixa de 40 a 49 anos, em que 60,7% das matrículas são de mulheres. Para o Censo Escolar, educação profissional engloba cursos de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional articulado à EJA ou ao ensino médio; ou cursos técnicos de nível médio nas formas articuladas (integrada ou concomitante) ou subsequente ao ensino médio.

Gráfico – Número de matrículas na educação profissional segundo faixa etária e sexo – Brasil – 2018 Fonte: Elaborado pela Deed/Inep com base nos dados do Censo da Educação Básica

Os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, referentes a 2017, também mostram a predominância das mulheres na educação superior. Elas são 55% dos estudantes ingressantes, 57% dos matriculados e 61% dos concluintes dos cursos de graduação. Na licenciatura, por exemplo, 70,6% das matrículas são do sexo feminino.

Distorção idade-série – A proporção de alunos do sexo feminino com defasagem de idade em relação à etapa que cursam é menor do que a do sexo masculino em todas as etapas de ensino. Os dados são do Censo Escolar 2018 e consideram as classes comuns (não exclusivas de alunos com deficiência). A taxa de distorção idade-série é o percentual de alunos, em cada série, com idade superior à idade recomendada. A maior diferença entre os sexos é observada no sexto ano do ensino fundamental, em que a taxa de distorção idade-série é de 31,6% para o sexo masculino e 19,2% para o sexo feminino.

Gráfico – Taxa de distorção idade-série por etapas dos ensinos fundamental e médio segundo o sexo – Brasil – 2018 Fonte: Elaborado pela Deed/Inep com base nos dados do Censo da Educação Básica

Resultados – Todos os dados do Censo Escolar 2018 estão disponíveis no Portal do Inep, em diferentes instrumentos de divulgação. As Notas Estatísticas resumem os principais resultados; enquanto o Resumo Técnico apresenta os dados em série histórica. As Sinopses Estatísticas, por meio de tabelas, trazem dados desagregados por estado e município. Os Microdados permitem cruzamentos de variáveis diversas a partir de programas estatísticos. Também estão atualizados os Indicadores Educacionais da Educação Básica: Média de Alunos por Turma, Indicador de Adequação da Formação do Docente, Percentual de Funções Docentes com Curso Superior, Média de Horas-Aula Diária, Indicador de Complexidade de Gestão da Escola, Indicador de Esforço Docente, Indicador de Regularidade do Docente, Taxa de Distorção Idade-Série. Todos os instrumentos de divulgação cumprem a finalidade institucional de disseminar as estatísticas educacionais do Inep e estão reunidos no Press Kit do Censo Escolar 2018.

Censo Escolar – Principal pesquisa estatística sobre a educação básica, o Censo Escolar é coordenado pelo Inep e realizado em regime de colaboração entre as secretarias estaduais e municipais de educação. Com a participação de todas as escolas públicas e privadas do país, abrange as diferentes etapas e modalidades da educação básica: regular, especial, profissional, jovens e adultos (EJA).

[Notícia extraída da fonte: http://www.andifes.org.br/mulheres-sao-maioria-na-educacao-profissional-e-nos-cursos-de-graduacao/ ]

Laboratório da Escola de Engenharia traça rota do ‘plástico verde’

Exemplares de polietileno com alta concentração de polímeros naturais como quitosana, pectina e colágeno
Exemplares de polietileno
Júlia Duarte / UFMG

 

Macromoléculas formadas de unidades estruturais menores (os meros), os polímeros têm no plástico a sua face mais conhecida, pois está presente, há mais de um século, nas embalagens de alimentos, produtos automotivos, eletroeletrônicos, vestuário, utensílios domésticos, brinquedos e tantos outros. Apesar de suas mil e uma utilidades, o plástico é um dos mais temíveis vilões ambientais por causa de alguns fatores, como a energia gasta em seu processo de produção e o longo período de degradação na natureza. 

Para conciliar sustentabilidade ambiental e os benefícios práticos dos polímeros, o Laboratório de Engenharia de Polímeros e Compósitos da Escola de Engenharia da UFMG (LEPCom) vem desenvolvendo pesquisas e artigos sobre seu processo produtivo, resultando, inclusive, em depósitos de patentes. Um panorama dessa produção é abordado na reportagem de capa da edição 2.022 do Boletim UFMG.

“Os polímeros têm suas vantagens, mas precisam de todo controle e bom senso na sua produção e utilização”, observa o professor e chefe do LEPCom, Rodrigo Oréfice. Ele conta que, até o século passado, os polímeros eram retirados da natureza, como borracha, celulose e marfim, até se tornarem raros e caros, por causa do extrativismo descontrolado. Na tentativa de baratear os custos de produção, as indústrias passaram a sintetizar polímeros, hoje presentes em inúmeros produtos, como o náilon, polietileno, borracha sintética, teflon, PVC (policloreto de vinila) e PET (polietileno tereftalato). 

“Boa parte dos polímeros sintéticos, originários dos processos químicos de polimerização, são mais estáveis em sua constituição e produzidos com o objetivo de garantir estabilidade mecânica e química, o que acaba dificultando sua degradação natural, permanecendo por mais tempo no meio ambiente. Essa característica exige produção e uso conscientes”, analisa Oréfice.

Com aditivos
Em uma de suas frentes de pesquisa, sustentada na reciclagem, o laboratório propõe a geração de produtos que consomem menos energia e fazem uso de aditivos baseados em matéria-prima ­extraída da natureza. Apesar dos processos já consolidados na área de polímeros, ainda há espaço para avanços tecnológicos, na avaliação do pesquisador. “Os processos de reciclagem esbarram na perda de qualidade contínua dos produtos a cada ciclo. Cada vez que é reciclado, o material tende a perder propriedades originais, ficando mais quebradiço, opaco, com qualidade inferior à inicial, o que dificulta sua reciclagem por várias vezes”, informa o professor.

Rodrigo Oréfice:
Rodrigo Oréfice: polímeros que consomem menos energia acrescidos de matérias-primas da natureza
Arquivo pessoal

Tese de doutorado, defendida no Programa de Pós-graduação em Engenharia Metalúrgica, Materiais e de Minas, propôs uso de nanotecnologia em polímeros reciclados, a fim de recuperar suas propriedades iniciais. “Utilizamos nanocristais de quitina, uma pequena partícula natural, extraída de carapaças de insetos e crustáceos. Esse nanocomponente foi acrescentado aos polímeros reciclados e conseguiu recuperar suas propriedades”, conta Rodrigo Oréfice. A pesquisa gerou dois artigos publicados em periódicos internacionais. 

As garrafas PET e as sacolas plásticas já apresentam alguma mistura de polímeros sintéticos e naturais. No LEPCom foi desenvolvida uma sacola plástica utilizando polímeros originários da quitosana (derivada da quitina), pectina e amido. A expectativa é de que o pedido de patente, depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em 2014, seja aprovado. “É uma sacola de polietileno, incorporada com esses polímeros naturais, que serve como estímulo para a indústria, tendo em vista a comprovada elevada processabilidade desses polímeros”, comenta.  A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com apoio da Petrobras.

Outro benefício da reciclagem de polímeros é corroborado por dissertação de mestrado que propõe a transformação das garrafas PET em um particulado muito fino – o pó de PET. Esse composto foi utilizado na produção de borracha sintética, substituindo em 50% os componentes químicos, como partículas de carbono (negro-de-fumo), utilizados nesse processo. Misturadas e aquecidas, as pequenas partículas de PET sofreram alteração em sua estrutura, tornando a borracha mais resistente. O processo desenvolvido deu origem a um pedido de patente.

A saúde humana pode ser beneficiada pelo uso inteligente dos polímeros. O LEPCom desenvolveu uma espuma polimérica – usando como matéria-prima o resíduo da indústria de refino de petróleo – que gera embalagem capaz de absorver herbicidas dos alimentos, sem comprometer suas propriedades nutricionais. O trabalho foi publicado no Journal of Hazardous Materials, em março deste ano.

Artigos
Uso da nanotecnologia para recuperação de propriedades originais de polímeros
Espuma polimérica para produção de embalagem

Patente
Processo para produção de borracha utilizando PET e produto
Autores: Édson Almeida Júnior e Rodrigo Lambert Oréfice

Privilégio de Inovação

Número do registro no INPI: PI014120002018 

Teresa Sanches / Boletim 2022

[Notícia extraída do seguinte endereço: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/laboratorio-da-escola-de-engenharia-traca-rota-do-plastico-verde]