Arquivo mensais:março 2018

Demanda por serviços públicos digitais cresce, mas resposta é lenta

A tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. Soluções digitais são criadas a todo instante para entretenimento ou para aumentar a produtividade das empresas. Há novidades também no serviço público, embora ainda muito aquém da necessidade e do potencial para melhorar o atendimento aos cidadãos.

Órgãos públicos e instituições financeiras estatais têm demonstrado maior interesse em diminuir a morosidade. Ao pagar os cotistas do Fundo de Garantia sobre o Tempo de Serviço (FGTS) que tinham direito ao saldo de contas inativas, no ano passado, a Caixa Econômica Federal permitiu o acesso ao saldo e informações por um aplicativo criado especialmente para isso.

O diretor de Transformação Digital do banco estatal, Adriano Assis, afirma que a Caixa modernizou soluções de atendimento em todos os canais e tem ampliado constantemente o investimento na área. “Temos convicção de que as novas tecnologias vêm agregando facilidades e desburocratizando processos justamente por trazer mais segurança, agilidade e simplicidade, oferecendo conveniência aos cidadãos no acesso aos serviços públicos, sociais e financeiros”, diz.

Gustavo Rabelo, vice-presidente de setor público Oracle Brasil, empresa que oferece recursos de software, explica que quem nasceu depois dos anos 2000 está hoje entrando no mercado de trabalho e passará a exigir mais serviços digitais das entidades públicas.

Os órgãos que não estiverem prontos para isso vão causar uma grande frustração nos usuários”, avisa. Os especialistas destacam que as novas tecnologias não vão, necessariamente, substituir o atendimento público tradicional. A digitalização dos serviços públicos ocorre para auxiliar e facilitar as demandas, não substituí-las.

Gilson Sena, 39 anos, é gerente de projeto do aplicativo governamental Matrículas para os moradores do Amazonas. O estado precisava de um serviço que facilitasse a entrada de crianças nas escolas. As filas de espera e a locomoção de uma cidade para a outra punia as famílias que buscavam inserir os filhos no sistema educacional.

Matrículas escolares

“No começo, desenvolvemos um site, mas, depois de um tempo, percebemos que o acesso via dispositivos móveis era bem maior. Então, tivemos a ideia de adaptar para o celular, tornando mais prático o serviço”, diz Sena. Estima-se que o uso de smartphones no Brasil seja tão alto que o número de aparelhos já seria equivalente ao de habitantes. Certamente, muitas pessoas não estão conectadas, enquanto várias outras têm mais de um aparelho.

O Ministério do Planejamento afirma que o governo atual busca digitalizar e desburocratizar alguns serviços. Na área econômica, por exemplo, o órgão divulgou, no fim do ano passado, o Painel de Custeio, que é um site que tenta apresentar, de forma mais intuitiva, dados orçamentários do Executivo. A intenção é fazer com que o contribuinte perceba discrepância ou gastos abusivos de cada ministério para corrigi-los no futuro.

[Notícia extraída do seguinte endereço: https://www.servidorfederal.com/2018/03/demanda-por-servicos-publicos-digitais.html]

 

Sérgio de Castro defende flexibilização da estabilidade dos servidores públicos

O senador Sérgio de Castro (PDT-ES) declarou apoio ao projeto que flexibiliza a estabilidade no serviço público, incluindo a possibilidade de exoneração do servidor por “insuficiência de desempenho”. O projeto de Lei do Senado (PLS) 116/2017 – Complementar é da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE).

Para Sérgio de Castro, a “estabilidade funcional absoluta” não tem lugar no mundo contemporâneo. Dessa forma, segundo Sérgio de Castro, a gestão de pessoas no serviço público brasileiro acaba premiando a falta de compromisso com o Estado e prejudicando os servidores empenhados no trabalho.

O senador acrescentou que o governo brasileiro vai na contramão de países desenvolvidos por aumentar seu gasto com o funcionalismo em relação ao produto interno bruto. Ele disse ser preciso submeter os servidores públicos a análises de desempenho durante a carreira para que eles possam dar a contrapartida pelo salário que recebem.

— Este Parlamento ainda não aprovou uma norma para regulamentar a flexibilização da estabilidade no serviço público. Esse seria, certamente, um dos pilares da atual reforma da gestão pública, que, ao meu ver, precisa ser reestruturada para funcionar de modo adequado.

[Notícia extraída do seguinte endereço: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/02/21/sergio-de-castro-defende-flexibilizacao-da-estabilidade-dos-servidores-publicos]

 

Conselho Pleno da Andifes manifesta preocupação com extinção de cargos

Durante a primeira reunião ordinária do Conselho Pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), no último dia 22, os reitores manifestaram preocupação em relação ao Decreto 9.262, de 9 de janeiro de 2018, que extingue cargos efetivos vagos e que vierem a vagar dos quadros de pessoal da administração pública federal, e veda abertura de concurso público para cargos especificados.

De acordo com o coordenador e a vice coordenadora do Fórum de Pró-reitores de Gestão de Pessoas (Forgepe), Maurício Viegas (UFRGS) e Miriam Dantas (UFRN), o impacto direto do decreto é a redução imediata do quadro de servidores em áreas que poderão comprometer a gestão das universidades federais.

“Só esse ano já são três decretos que interferem diretamente nos processos de trabalho das universidades. Dois dizem respeito à área de pessoal e outro que define a questão de cargos de representação”, destaca a pró-reitora.

Maurício explica que as novas regras estão sendo decretadas sem o profundo conhecimento da realidade das universidades e sem estudos prévios que possam subsidiar as decisões. “A gente está tendo uma gestão muito definida por decretos que interferem diretamente nas rotinas e nos processos das instituições. Isso diminui a eficiência, é claro. Uma solução que temos, hoje, é a questão da terceirização, mas impacta no orçamento que já está comprometido. A longo prazo, nós temos uma redução de 19 mil vagas administrativas.”

O pró-reitor ainda lembrou que a redução no número de vagas já vem ocorrendo ano a ano. “A redução efetiva não é aceitável. Já há uma demanda de passivo de vagas que estavam pactuadas e nunca saíram. Em 2017, tivemos uma quantidade de vagas inferior ao que era necessário. E agora vem uma medida que, efetivamente, reduz a nossa força de trabalho.”

O presidente da Andifes, reitor Emmanuel Tourinho (UFPA) informou que foi encomendado ao Forgepe estudo para preparação de um projeto de lei com a finalidade de melhorar o quadro de funcionários das universidades federais.

As preocupações dos dirigentes foram apresentadas ao secretário de Educação Superior (SESu), Paulo Barone, e à presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), Maria Inês Fini.

Além de destacar o compromisso de manter, continuamente, diálogo com a Andifes, Barone explicou que a SESu tentou reverter a situação quando o Ministério do Planejamento enviou a informação sobre a extinção dos cargos de auxiliares administrativos e outros. “Diante do contexto histórico, nós nos manifestamos, pedindo que isso fosse analisado com mais cautela. Ainda assim, o decreto foi efetivado. Infelizmente, já temos situações reais em que essa medida nos traz dificuldades. O decreto não foi produto de diálogo. Foi apenas uma medida imposta.”

Para Barone, a situação é preocupante. “Não temos previsão da liberação de novos quadros para professores e técnicos administrativos. Como estamos em ano eleitoral, teremos uma janela curta para tratar até mesmo daquilo que já temos a autorização provida no ano passado, pois três meses antes da população ir às urnas, não poderemos fazer contratações.”

O secretário informou que até o momento, o Governo liberou 40% dos recursos destinados a investimentos, enquanto o MEC já recebeu 80%. “Nesse sentido, precisamos iniciar as tratativas de distribuição desses recursos, considerando o ano atípico. A nossa taxa de execução orçamentária em 2017 alcançou 91% o total dos recursos, sendo 100% de recursos para custeio e uma taxa menor para capital. Temos bons sinais de que isso deva se repetir esse ano.”

Barone também destacou que a secretaria está buscando soluções para projetos que interferem na gestão das universidades, de forma particular. “Há muitos projetos de menor extensão que apoiam ações regionais das instituições. Estamos executando ações para dar fôlego e tranquilidade às universidades, como a quitação de dívidas referentes à aquisição de terrenos e ações judiciais sobre reintegração de posse. Estamos olhando caso a caso.”

De acordo com Barone, a SESu também está verificando respostas para os quadros funcionais do Hospital da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que precisa de novas contratações com urgência. “E sobre o hospital da Universidade Federal de São Paulo, tenho alegria em informar que as obras estão em processo de breve finalização, e já estamos em tratativas para garantir que, assim que o hospital for concluído e entregue pela construtora, já entre em operação”.

Sobre a admissão de novos estudantes, o secretário apresentou um panorama das políticas públicas que mudam a estrutura do ensino médio e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). “Verificamos esse cenário como uma cadeia que conecta a futura base curricular para o ensino médio, visando à preparação dos nossos estudantes nessa etapa marcada por enormes dificuldades, de naturezas variadas, e que motivam uma grande evasão na etapa seguin te. Tudo isso é objeto de tratativas, que resultarão em avaliação do Enem, para definir horizontes para um ensino que desenvolva competências de natureza analítica e domínio intelectual.”

Maria Inês Fini informou que todos esses movimentos da SESu estão sendo acompanhados pelo Inep. “Há um novo desafio para continuar a atender às prerrogativas do Sisu, tendo como diretrizes as reformas da Base Curricular Comum e do Ensino Médio. Estamos atendendo a um princípio mais moderno, mas sinalizando para as escolas que essas novas competências e habilidades deverão ser alvo e objeto da ação dos professores para buscar e oferecer soluções para os nossos jovens.”

A presidente do Inep ainda falou que considera um novo e duplo desafio a atenção às conformidades do Ensino Médio e “da mesma maneira e com igual importância”, a continuidade ao atendimento das prerrogativas do Ensino Superior.

Sobre a reformulação do Enem, Maria Inês fez o compromisso de submeter à avaliação dos reitores. “O novo Enem também obedecerá à instrução geral de 1800 horas obrigatórias, mas respeitará a aplicação nas áreas de conhecimento. Em 2018, o Enem ainda terá o mesmo formato dos anteriores. Para 2019, nós submeteremos a matriz que passaremos a privilegiar à avaliação e apreciação aos senhores, e de toda a Andifes.”

[Notícia extraída do seguinte endereço: http://www.andifes.org.br/conselho-pleno-da-andifes-manifesta-preocupacao-com-extincao-de-cargos/]