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Aluno da Escola de Engenharia participa de projeto patrocinado pela Nasa

 

 

 

 

  • Mateus Oliveira, 22, integra equipe que desenvolve o projeto Nascal, financiado pela Nasa

    Mateus Oliveira, 22, integra equipe que desenvolve o projeto Nascal, financiado pela Nasa

Quando Mateus Oliveira saiu de Pará de Minas, a 82 quilômetros de Belo Horizonte (MG), para fazer um curso pré-vestibular em 2009, ele não imaginava que cinco anos depois não só estaria estudando em outro país como participaria de um projeto patrocinado pela Nasa (agência espacial norte-americana).

O estudante de engenharia aeroespacial da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) hoje tem 22 anos e é o único brasileiro a fazer parte da equipe do Laboratório de Sistemas Espaciais da Universidade Saint Louis, no Missouri (EUA), que desenvolve o projeto Rascal.

A missão consiste na construção e na operação de um satélite composto por duas pequenas espaçonaves com capacidade propulsoras. O objetivo da missão é aprimorar tecnologias de operações de proximidade e percepção das condições espaciais. “Após serem lançadas no espaço, uma das pequenas naves irá se sincronizar com a outra e assim elas vão obter parâmetros como distância e velocidade, que posteriormente serão processados e contribuirão para aprimorar manobras no espaço”, contou Oliveira.

A relação de Mateus Oliveira com a área espacial começou antes de ele entrar na universidade. Ele conta que escolheu estudar engenharia aeroespacial na UFMG por causa dos trabalhos em aerodesign – segmento que projeta, constrói e faz as aeronaves voarem. “Antes de fazer vestibular, eu já conhecia a história da equipe ‘Uai, sô! Fly!!!’, de aerodesign na UFMG. Eu já havia conversado com membros na Mostra de Profissões da UFMG e, assim que comecei a estudar lá, já me envolvi com o projeto. Alguns meses depois, passei a ser um membro da equipe, onde fiquei por dois anos”, diz.

Ele se inscreveu no programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, e foi selecionado já na primeira tentativa. Sem nunca ter saído do país e com um nível de inglês intermediário, foi estudar na Universidade Saint Louis, nos Estados Unidos, em junho de 2014. “Tive que fazer teste de proficiência em inglês, conseguir cartas de recomendação de professores, escrever redações sobre meus objetivos, sobre os projetos que já havia participado na universidade, além de extensos formulários. O processo de seleção foi bem longo, foram meses de espera”, conta.

Dentro do projeto Rascal

 

Assim que iniciou seus estudos na Universidade Saint Louis, Oliveira cursou uma disciplina com o professor Michael Swartwout, um dos diretores do Laboratório de Sistemas Espaciais da instituição. “Consegui notas altas, por isso ele me convidou para trabalhar no laboratório. A princípio, achei que não daria certo, porque não tenho cidadania americana, mas ele me ajudou com essa questão. A seleção foi feita através de encontros com o professor e com os membros do laboratório. Também tive que entregar meu currículo e uma carta sobre minha vida acadêmica, meus projetos e por que gostaria de trabalhar no laboratório”, explica.

Ele passou a integrar a equipe do laboratório em novembro do ano passado. A instituição venceu a seleção da Nasa e conseguiu patrocínios para o projeto Rascal, desenvolvido pelo Laboratório de Sistemas Espaciais. “Anualmente a Nasa seleciona os melhores projetos dos EUA para serem lançados no espaço através do seu programa educacional de nanossatélites (o ELaNa). O Rascal foi um dos selecionados do ano passado.

O estudante conta que desempenha diversas funções dentro do projeto, como construção, realização de testes e documentação dos resultados. “Atualmente, estou trabalhando na documentação de um dos subsistemas do Rascal. Tem sido uma experiência fantástica participar de um projeto como esse. É uma grande conquista para a minha carreira”, disse.

Sistemas de ensino diferentes

A rotina de estudos de Mateus Oliveira mudou desde que começou a estudar nos Estados Unidos. Ele conta que as duas universidades (a UFMG e a Saint Louis) possuem sistemas de ensino muito diferentes. “A universidade [Saint Louis] é muito tradicional e seu programa de engenharia aeroespacial está entre os melhores dos EUA. A rotina é diferente porque os sistemas de ensinos são diferentes. Na UFMG, os professores aplicam muitas provas e raramente passam algum trabalho ou atividade para fazer em casa. Já nos EUA é o contrário. Por isso as rotinas de estudo são diferentes”, explica.  Apesar das distinções, o estudante diz que foi fácil de adaptar.

Mas, a sua vida como aluno da Universidade Saint Louis e, consequentemente, sua participação no projeto Rascal devem chegar ao fim no segundo semestre. Oliveira regressará ao Brasil para terminar o curso na UFMG. Ele deve se formar no primeiro semestre de 2017.

(Notícia extraída do seguinte endereço: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/03/23/mineiro-de-22-anos-participa-de-projeto-patrocinado-pela-nasa.htm)