Arquivo da categoria: Você Sabia?

Quarentena: aplicativos para comunicação

Trabalhando de casa, nem todo mundo quer ficar pendurado no telefone. Por sorte, atualmente existem diversos aplicativos de comunicação que podem se adaptar ao seu perfil e que não custam nada. Veja abaixo uma seleção de alguns apps:

WhatsApp – A vantagem do bom e velho “zap zap” é que praticamente todo mundo tem e pode ser usado facilmente também no desktop pelo web.whatsapp.com. O ruim é que, se você está inscrito em milhares de grupos – da família às piadinhas com os amigos – a situação pode ficar caótica.

Messenger – Outro com a vantagem do “todo mundo tem”, mas pode acabar misturando muito as mensagens pessoais com profissionais, o que pode se tornar um problema na hora de se desligar do trabalho.

Skype – O Skype faz uma coisa e uma coisa bem, que é enviar mensagens. Ele também é um dos favoritos para videoconferências que podem poupar deslocamentos para reuniões. Também é um dos poucos programas que permitem receber ligações de telefones comuns, portanto você pode falar com colegas que não têm o Skype.

Viber – Um app fácil de entrar porque usa o número do seu telefone como login e sincroniza com os contatos do seu telefone. Também tem opções de conversas criptografadas, ligação para telefones comuns e opções de envio de fotos, emoticons e mensagens de áudio e vídeo.

Hangouts – O app oferece de ligações em vídeo a chats em grupo. Talvez a principal vantagem é que muita gente também já possui uma conta de email do Google, portanto é fácil logar no app e já ter os seus contatos. Além da opção de desktop, nos smartphones é possível até enviar SMS pelo aplicativo.

Allo – Concentrado em mensagem de texto, o diferencial desse aplicativo também do Google é que ele usa uma inteligência artificial que aprende o jeito que você fala. Calma, ela não responde por você, mas ofrece opções pertinentes ao seu estilo conforme digita que funciona muito bem para respostas rápidas. Também possui um modo “invisível” com criptografia.

Telegram – Aplicativo que ganhou popularidade devido aos bloqueios que o WhatsApp sofreu pela justiça brasileira em 2016. Tem grande ênfase na criptografia, com conversas secretas que só podem ser acessadas no aparelho que as iniciaram.

Signal

Signal – Se você é obcecado por segurança, o Signal é um dos apps mais recomendados. O Signal usa criptografia de nível militar para proteger suas mensagens, chamadas de voz, envio de arquivos. Até mesmo Edward Snowden já elogiou a segurança do app.

WeChat – Talvez você não tenha ouvido falar no WeChat, mas saiba que ele tem nada menos que 700 milhões de usuários. Muitos deles concentrados na China, mas o app está em franca expansão mundial. Tem as funções esperadas de vídeo, mensagens e chat em grupo, alémde uma função que encontra contatos que estão fisicamente próximos para conversar.


Wickr Me – Outra boa opção para quem está preocupado com segurança ou quer uma sensação de “Missão Impossível” na sua comunicação remota. Além de criptografia forte, as mensagens do Wickr Me são destruídas automaticamente após um tempo.

Fonte: Catraca Livre

Coronavírus: os impactos psicológicos da quarentena

A temida quarentena. Anteriormente aplicado às doenças epidêmicas quarentenárias, como cólera, ebola, febre amarela e o tifo exantemático, o termo “quarentena” tem como definição clássica a imposição de reclusão aos indivíduos suscetíveis (ou de animais hígidos) pelo período máximo de incubação de uma doença contagiosa, considerando a data do último contato com um caso clínico, portador ou fonte ambiental da infecção. E indica que determinado indivíduo ou animal deve permanecer isolado de outros de igual natureza durante determinado período pelo risco de transmissão de doenças contagiosas, com restrição à circulação.

Tais medidas foram historicamente aplicadas em populações para controle de doenças como hanseníase e peste negra, e mais recentemente, síndrome respiratória aguda (SARS), ebola e as pandemia de influenza H1N1 (2009-2010).

Coronavírus

Mediante a emergência da atual pandemia associada ao coronavírus SARS-CoV-2, causador da síndrome Covid-19, diversas medidas governamentais tem sido implementadas (em muitos países impostas rigorosamente em massa) na tentativa de controle da disseminação do vírus, dentre as quais inclui a quarentena de 14 dias para os contactantes assintomáticos de casos suspeitos ou confirmados com coronavirose, e também para pacientes com casos leves sem sinais de gravidade, devido ao alto risco de transmissão por vias aéreas. Porém, com a explosão de casos em diferentes localidades, atualmente a quarentena está também sendo recomendada ou imposta como forma de proteção aos suscetíveis sem histórico de contato, por período indeterminado, o isolamento profilático.

E como os indivíduos respondem a essas restrições? Quais os efeitos psicológicos à mudança da rotina e restrição da mobilidade frente a quarentena?

De forma a compreender melhor o impacto psicológico da quarentena, Brooks e cols (2020) realizaram uma revisão sistemática sobre o assunto incluindo estudos relacionados a surtos ou epidemias entre 2004 e 2019. Dos 3166 artigos publicados selecionados, 24 foram incluídos na revisão.

Resultados

A maioria dos estudos indica efeitos psicológicos negativos como sintomas de estresse pós-traumático, sintomas depressivos, tristeza, abuso de substância, estado confusional e irritabilidade.

Especialmente entre profissionais de saúde, observou-se maior probabilidade de ocorrência de exaustão, distanciamento social, ansiedade frente a pacientes febris, irritabilidade, insônia, dificuldade de concentração, indecisão, prejuízo na performance laboral, relutância ao trabalho ou resignação. Poucos estudos relataram pacientes em quarentena com sentimentos positivos como felicidade, alívio e proteção.

Os fatores estressores observados incluem: o próprio estado de quarentena, o qual implica em modificação da rotina e limitação da mobilidade, duração prolongada da quarentena, medo de infecções, frustração, tédio, suprimentos inadequados, informação limitada, perdas financeiras e estigma. Alguns autores sugerem que os impactos psicológicos prolongados gerados pela quarentena podem durar até três anos após, e que o histórico de transtorno mental consiste em fator de risco para a maior durabilidade dos impactos psicológicos negativos.

Os dados também sugerem que as determinações oficiais de quarentena devem ter o suporte de informação clara e racional com garantia de suprimentos suficiente, e que o altruísmo pode ser favorável na compreensão do bem coletivo. Algumas das medidas eficazes para reduzir as consequências negativas da quarentena incluem:

  • Redução do tempo de quarentena ao mínimo possível permitido – O período prolongado está relacionado ao pior prognóstico psicológico. A extensão do tempo leva à exacerbação dos sentimentos de frustração ou desmoralização. Adicionalmente, a não previsibilidade do tempo de quarentena em medidas de massa, como em cidades, exemplo em Wuhan na China, pode ter maiores efeitos deletérios do que aqueles pré-estabelecidos.
  • Fornecimento de informação adequada à população – O devido esclarecimento leva à redução do medo, incerteza, e da desconfiança aos cuidados prestados pela equipe de saúde.
  • Fornecimento de suprimentos adequados – Providenciar os itens básicos de suprimentos reduz a repulsão e os efeitos negativos à quarentena;
  • Redução do entendiamento e melhora da comunicação – A oferta ou sugestão de atividades de entretenimento permitem o melhor manejo do estresse do confinamento. Como exemplo, a permissão do uso de telefone celular, ou outro meio eletrônico, deve ser considerada como necessidade básica e não artigo de luxo, assim como o contato por meios de comunicação com familiares e/ou afetos;
  • Altruísmo – O reforço sobre a percepção dos efeitos benéficos da quarentena sobre o próximo vulnerável leva à maior tolerabilidade aos estressores relacionados às restrições, reduz os efeitos negativos psicológicos e aumenta a adesão às medidas recomendadas.

Adicionalmente, Rubins & Wessely (2020) descreveram os efeitos psicológicos da moderna quarentena quando imposta a uma cidade inteira, tomando como modelo a cidade de Wuhan, China em 2019-2020. Os autores citam ansiedade, pânico, preocupação com a falta de suprimentos alimentares, percepções apocalípticas e outros, mas reforçam que a base de toda a tensão e sentimentos negativos consiste no medo da incerteza, do desconhecido, do descontrole, e especialmente da morte.

Muitos aspectos psicológicos resultantes da pandemia da Covid-19, baseados em evidências, ainda estão em andamento devido a contemporaneidade do fenômeno, ainda sem previsão de término.

Fonte: PebMed – Rafael Duarte